É possível, que a experiência de ler os argumentos de outras pessoas ajude-a a formar os seus próprios de forma mais lógica e eficaz. A criança pode vir a compreender uma importante parte de seu mundo através da experiência da leitura.
Se a leitura pode trazer resultados tão grandes, assim também o pode a falha em aprendê-la. A maioria das crianças que demoram para aprender a ler também foram lentas para a expressão oral (a fala). Seu conhecimento do mundo é incompleto. Essa criança necessita e merece ser auxiliada a aprender a ler de qualquer modo que seja possível.
Outras crianças, embora sejam inteligentes, alertas e vivazes, apresentam dificuldades na aprendizagem da leitura e da escrita. Elas têm auxílio e encorajamento de seus pais, recebem atenção devotada e capacitada de seus professores, mas ainda assim, suas dificuldades persistem.
Denomina-se essas crianças, cujo nível de leitura e da escrita situa abaixo do que seria de prever, levando em conta outros fatores tais como a inteligência, "atrasados na leitura e na escrita". Pode se dizer que 3 a 5% das crianças em nossas escolas ficaram seriamente atrasadas em sua leitura e escrita.
O que fazer com o problema da dificuldade na aprendizagem da leitura e da escrita? Esse problema levanta duas questões:
- Como auxiliar a criança, que já se tornaram atrasadas em leitura, em suas dificuldades?
- Como fazer a prevenção desses problemas?
Os problemas estão na dificuldade de recordar grafema(letra) com fonema(som)? Os problemas são fono articulatórios, pois a criança é comunicativa? Os problemas estão na memória? Os problemas estão na percepção visual? Só se pode prevenir algo ao se removerem as causas. Para os "atrasados em leitura e em escrita" os métodos de ensino que funcionaram para outras crianças podem ser inadequados para eles. Dificuldades diferentes naturalmente requerem tratamento diferente.
A capacidade da criança recombinar sinais e sentidos, respondendo de forma sempre nova em cada situação (característica da criatividade humana), interage com a tentativa sistemática das instituições educacionais de controlar as suas respostas, incluí-las em moldes determinados que ofereçam ilusório compartilhar de sentidos, provisória estabilidade, constantemente desafiada. Para superar essa barreira, devemos transformar as formas como as práticas educativas são pensadas e considerar a interação social como o elemento mais importante para promover oportunidades de aprendizagem e desenvolvimento. Devemos sempre observar crianças de diferentes idades. O foco da observação pode ser o desenvolvimento motor, a linguagem ou o pensamento conceitual.
O jogo simbólico ou de faz de conta, particularmente, é ferramenta para a criação da fantasia, necessária a leituras não convencionais do mundo. Abre caminho para a autonomia, a criatividade, a exploração de significados e sentidos. Atua também sobre a capacidade da criança de imaginar e de representar, articulada com outras formas de expressão. São os jogos, ainda, instrumentos para a aprendizagem das regras sociais.
Ao brincar, afeto, motricidade, linguagem, percepção, representação, memória e outras funções cognitivas estão profundamente interligados. A brincadeira favorece o equilíbrio afetivo da criança e contribui para o processo de apropriação de signos sociais. Cria condições para uma transformação significativa de consciência infantil, por exigir da criança formas mais complexas de relacionamento com o mundo.
Há recíproca vinculação entre imaginação e emoção. Onde há emoção, ocorre a memória e a memória leva a aprendizagem. Ler para uma criança, é uma forma de incorporar ao seu dia a dia o contexto de mundo e das relações interpessoais. É uma forma da criança se familiarizar com a linguagem. Os livros trazem muitos estímulos para o seu desenvolvimento: os personagens, as emoções, a história, as ilustrações, o ritmo do texto, o tom de voz de quem lê.
Ao ler para uma criança, amplia-se os seus horizontes, aumentando a sua capacidade de compreender o mundo. Além disso desperta o seu interesse pela leitura.. Estreita os laços de relacionamento entre a criança e a pessoa que está lendo.
BIBLIOGRAFIA:
WALLON, Henri. As origens do pensamento na criança. São Paulo. Ed. Manole, 1989.
OLIVEIRA, Zilma de Moraes Ramos. Educação Infantil Fundamentos e Métodos. São Paulo. Ed Cortez, 2012.
BRYANT & BRADLEY. Problemas de Leitura na Criança. Porto Alegre. Ed Artes Médicas, 1987.
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