sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Oficina de Psicomotricidade para Inclusão de Deficiente Múltiplo:

      Após assistir o filme Mary and Max "Uma Amizade Diferente", a turma do 4º ano da professora Sandra Rech organizou-se em 5 grupos e cada grupo escolheu um tema apresentado no decorrer do filme orientados pela professora para trabalhar com massa de modelar ilustrando os assuntos elencados. O personagem Max é Autista Asperger.
       Nessa turma há um aluno Deficiente Múltiplo (DMU): Deficiente físico(paralisia cerebral não cadeirante), Deficiente visual e Deficiente Intelectual. Este aluno, devido aos seus comprometimentos, possui necessidade de estimulação na coordenação motora ampla e fina. O recurso da massa de modelar para a atividade, foi usado para a psicomotricidade.

      I. é DMU e  está feliz em mostrar as suas produções com a massa de modelar. A professora do AEE(Atendimento Educacional Especializado), Amalia auxilia I.

      I. no grupo fazendo a sua maquete sobre o filme. A professora da turma, Sandra auxilia o grupo na confecção com a massa de modelar.









       Os grupos animados foram confeccionando suas maquetes sobre o seu respectivo tema dentro do filme Mary and Max, "Uma Amizade Diferente".
 






      Cada grupo se envolveu na atividade da confecção e organização das maquetes. Apreciaram muito o filme e faziam comentários a respeito das cenas assistidas.
      Os componentes de cada grupo explicaram a respeito do que construiu sobre o filme e do tema escolhido para toda a turma.










      I. aluno DMU, foi o porta voz de seu grupo explicando a maquete estimulado pela professora Sandra. O grupo aceitou a explicação de I. e não atrapalhou a explicação do colega.



      As maquetes ficaram expostas no corredor da escola para o restante dos alunos de outras turmas apreciarem.
      Foi um trabalho de inclusão bonito  e prazeroso para todos, em especial para I o aluno Deficiente Múltiplo(DMU).

domingo, 25 de agosto de 2013

Método da Antecipação: Autista!

      O aluno autista não é incapaz de aprender, mas possui uma forma peculiar de responder a estímulos, que pode ser responsável tanto por grandes angústias como por grandes descobertas, dependendo do auxílio que ele receber.
      Ainda que ele não aprenda perfeitamente o que se busca ensinar, ele estará trabalhando sempre a interação, a comunicação, a cognição e os movimentos. Haverá conquistas e erros, muitas vezes mais erros do que conquistas, mas o trabalho jamais será em vão. O afeto é de primordial valor na superação das dificuldades.


      A criatividade e a sensibilidade norteiam os movimentos que visam tornar o espaço escolar essencialmente efetivo para professores e alunos.
      O aluno autista apresenta resistência a mudanças de pessoas, ambientes, objetos e rotinas. Quando a mudança ocorre desencadeia no autista momentos de ansiedade, irritabilidade e até autoagressão impedindo-o de interagir diante da atividade nova.
      O autista possui um modo particular de processar informações: diante de um fato novo, ele busca em sua mente alguma imagem correspondente a ele. Se já tiver se deparado com este fato anteriormente, ao menos uma imagem será encontrada, e ele ficará tranquilo porque sabe que está diante de algo pelo qual já passou antes.
      Caso a situação seja nova, entretanto, não encontrará nenhuma imagem em sua mente, e por isso ficará incomodado e ansioso. Uma forma de evitar que o desconforto surja é oferecer-lhe imagens daquilo que ainda não conhece para o seu repertório mental. Trata-se de uma forma de antecipar a novidade, para que quando ela ocorra o aluno já esteja familiarizado e preparado para lidar com ela.
      O Método da Antecipação consiste em apresentar ao aluno fotos do ambiente, de pessoas e de objetos novos antecipando a mudança. Assim o aluno autista uma semana, ou mais dias antes, vai se familiarizando com as possíveis mudanças e dessa forma o professor evita as habituais alterações de humor e a presença de  resistência que o aluno oferece diante de uma atividade e/ou planejamento novo.
      Através do Método Antecipação, o professor evita possíveis transtornos que possam ocorrer na atividade, passeio e trocas de pessoas que envolvem o aluno autista.
      Para que a antecipação ocorra de forma efetiva, não é possível trabalhar com o autista com a intenção de que ele interaja na atividade com planejamentos improvisados. Para tanto, o planejamento deve ser feito também de forma antecipada.


      O autista possui memória visual e tátil cinestésica, por isso é necessário trabalhar com imagens, cores e com atividades em que ele possa interagir. Sempre dialogando com ele sobre as funções dos objetos e das situações, pois para o autista é difícil entender o significado das intenções e dos sentimentos.
      O mundo do autista é repleto de dificuldades na comunicação e na linguagem. Ele tem dificuldades no entendimento dos fatos implícitos e das intenções. Por exemplo: se percebemos um carro parado em um posto de gasolina nossa primeira compreensão é de que vai abastecer este carro. Para o autista isso não é claro, necessitando de explicações sobre o fato para que possa compreender, e assim mesmo, com a  repetitividade.
      O autista não compreende a necessidade social do expressar-se, mas isso não significa que não seja sensível e não procure  comunicar-se por outra via: a via do afeto. A primeira maneira de ajudá-lo é procurar entender o modo como ele se expressa.

BIBLIOGRAFIA:

CUNHA Eugênio. Autismo e Inclusão. Ed WAK. Rio de Janeiro 2012.
AMORIN Letícia Calmon Drumond. Austimo e Morte. Artigo Ciranda da Inclusão, maio de 2011.
FALCÃO Leandra Teixeira. Fonoaudióloga. leandrafono.blogspot.com.br. 2013.


domingo, 18 de agosto de 2013

A Mente do Autista e a Aprendizagem!

       Aprendizagem é definida como toda a mudança relativamente permanente no potencial de comportamento, que resulta da experiência, mas não é causada por cansaço, maturação, drogas, lesões ou doenças. A evidência da aprendizagem é encontrada nas mudanças observáveis ou potencialmente observáveis do comportamento, como resultado da experiência. Contudo,  a aprendizagem é um processo neurológico interno invisível. (LEFRANÇOIS, 2008, p.6)
      Para uma criança autista, a aprendizagem não ocorre através da vivência em seu ambiente, como as outras crianças. No autista há uma relação diferente entre o cérebro e os sentidos, e as informações nem sempre se tornam em conhecimento. Os objetos não exercem atração em razão da sua função, mas em razão do estímulo que promovem. O autista precisa aprender a função de cada objeto e o seu manuseio adequado. Quando ele vê uma bola, por exemplo, nem sempre deseja chutá-la ou jogá-la com a mão, como as crianças normalmente aprendem, mas cria estereotipias e formas incomuns de manuseio. As estereotipias causam atraso no desenvolvimento motor, principalmente nos movimentos finos. Diante disso, há a necessidade de estimular habilidades mais elementares (alinhavo, movimento de pinça, amassado, recorte, etc, brincadeiras que estimulem a motricidade fina em específico).

      O movimento de pinça pode ser realizado com abrir e fechar de prendedores e não o tradicional amassado com  papel e colagem sobre traçados ou imagens.
       Brincadeiras com ioiô, bilboquê, peteca, arremessar bola na cesta de basquete, jogar peteca, jogar cinco Marias e o vai e vem, auxiliam no avanço da coordenação motora ampla e fina.


       O professor deve aproveitar o fascínio do autista por determinado objeto e ensinar-lhe o uso correto e estimular a construção de outras habilidades.
      Serão imprescindíveis a virtude da paciência e a espera de resultados não imediatos. O foco na educação será o processo de aprendizagem e não nos resultados.
      O autista apresenta pequena concentração diante de atividades pedagógicas. E apresenta grande resistência para fazer aquilo que não quer. O professor além de paciente, deve munir-se de manejo afetivo constante e não forçar a realização de atividades para que o autista não se irrite e não fique ansioso, botando a perder todo a execução do que foi planejado. É sábio parar e retomar em outro momento a atividade. O professor precisa aprender a se relacionar com a realidade do mundo autístico. Nessa relação, quem aprende primeiro é o professor e quem vai ensinar-lhe é o aluno.
      Para o aluno com autismo, a princípio, o que importa não é tanto a capacidade acadêmica, mas sim a aquisição de habilidades sociais e a autonomia. O autista sente segurança na rotina.
      Para o autista compreender as coisas, o ponto de vista, as ideias, o contexto no qual faz parte ou aquele que se fala, tudo precisa ter objetivo e possuir função.
      O quadro do autista impõe a observação do professor e esta será o norte para conduzir o aluno em todo o processo. Além dos instrumentos avaliativos utilizados, o educador necessitará da sensibilidade para identificar as dificuldades e implementar as possibilidades de aprendizagem.
      É fundamental que o professor transmita segurança ao aluno com autismo e que a educação esteja centrada no ser humano e não na patologia. A relação afetiva do aluno autista com o professor é o início do processo de construção da sua autonomia na escola. Ainda que o autista enfrente dificuldades para compreender os sentimentos e a subjetividade das pessoas, ele não está desprovido de emoções. As atividades devem possuir um caráter terapêutico, afetivo, social e pedagógico. Para que ocorra situações de aprendizagem, o modelo pedagógico deve partir do aluno.
      Ainda que o aluno não aprenda perfeitamente aquilo que se busca ensinar, ele estará trabalhando sempre a interação, a comunicação, a cognição e os movimentos. O afeto é de primordial valor na superação das dificuldades.
      No autista é comum haver a ecolalia. A ecolalia pode representar a dificuldade que o autista encontra na compreensão. (BAPTISTA e BOSA, 2002) A falta da simbolização no autista justifica o não desenvolvimento de expressões mais elaboradas na sua linguagem, prejudicando a construção de novos significados. O professor necessita usar expressões claras e objetivas acompanhadas da afetividade. A postura do professor é de extrema importância, deve procurar falar olhando sempre para o aluno autista. O aluno autista não faz analogias, por exemplo, quando é dito que alguém trabalha como um "leão", sua compreensão é literal a fala. O aluno autista vive mais o presente, pois o futuro depende da imaginação. A imaginação é importante nos estágios da aprendizagem. O autista necessita sempre da explicação, pois não entende o que certas expressões e sentimentos representam. Por exemplo, o professor fala " a porta está aberta", para o aluno autista deverá dizer "feche a porta".
      A atenção é imprescindível para que ocorra a aprendizagem. Para o aluno autista prestar a atenção, já que a concentração dele é curta para as atividades pedagógicas, há a necessidade de motivá-lo e usar daquilo que o professor observou que ele gosta. Aí o foco da mente é mais fácil, mesmo diante das dificuldades da tarefa.
      R. é aluno TGD asperger e está realizando uma atividade através do Método Teacch, que objetiva desenvolver a independência do autista.
      O espectro do autismo apresenta melhor memória visual e tátil e necessita sempre da repetição.

BIBLIOGRAFIA: 
CUNHA Eugênio. Autismo e Inclusão. Ed WAK, Rio de Janeiro 2012.
FONSECA Laerte. Protocolo Neuropsicopedagógico da Avaliação Cognitiva das Habilidades Matemáticas. Ed. WAK, Rio de Janeiro, 2013.