A criança com disgrafia apresenta manifestações secundárias motoras que acompanham a dificuldade no desenho das letras, e que por sua vez a determinam. Entre estes sinais, encontram-se uma postura incorreta, forma incorreta de segurar o lápis ou a caneta, demasiada pressão ou pressão insuficiente no papel, no ritmo da escrita muito lento ou excessivamente rápido.
A criança com disgrafia tem dificuldade no plano motor, no plano perceptivo e no plano simbólico. A dificuldade de integração visual motora dificulta a transmissão de informações visuais ao sistema motor.
"A criança vê o que quer escrever, mas não consegue idealizar o plano motor." Sua escrita é nitidamente diferente da escrita da criança normal, o que acarreta homogeneidade no interior do grupo dos disgráficos.
O que fazer?
- Deixar a criança expressar-se livremente no papel, sem corrigir nem julgar os resultados.
- Encorajar a expressão através de diferentes materiais. Todas as tarefas que impliquem o uso das mãos e dos dedos são positivas.
- Incitar a criança a recortar desenhos e figuras, a fazer colagens e picotar.
- Promover situações em que a criança utilize a escrita ( ex: escrever pequenos recados, fazer convites e postais ).
- Fazer atividades como contornar figuras, pintar dentro de limites, ligar pontos, seguir um tracejado, etc.
Problemas Pessoais:
- Imaturidade física motora.
- Inadaptação para a aprendizagem das destrezas motoras.
- Pouca habilidade para pegar no lápis ou na caneta.
- Posturas incorretas.
- Déficit em aspectos do esquema corporal, da lateralidade e das funções perceptivos-motoras.
- Perturbação de eficiência psicomotora ( do equilíbrio e motricidade débil ).
Problemas Pedagógicos:
- Orientação deficiente e inflexível.
- Orientação inadequada da mudança de letra scripti para a cursiva.
- Ênfase excessiva na qualidade e rapidez da escrita.
- Prática da escrita como atividade isolada das exigências gráficas e das restantes atividades discentes.
Bibliografia:
MARTINS, V(2003) Estudo acompanhado: manual de sobrevivência para estudantes perdidos e para professores ansiosos. Porto: Asa Editores
FERNANDES, P(2002) Manual de Estudo. Porto: Porto Editora
SANTOS, M(2005) Aprender a Estudar. Lisboa: Lisboa Editora
ALMEIDA, A(2010) Manual para tratamento de Disgrafia. Biblioteca Editora.
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