sexta-feira, 29 de março de 2013

Disgrafia: Transtorno da Escrita!

      A disgrafia é uma alteração da escrita que afeta na forma ou no significado, sendo do tipo funcional. É também chamada de letra feia. É uma perturbação no aspecto motor do ato de escrever provocando compressão e cansaço muscular, que por sua vez são responsáveis por uma disgrafia deficiente, com letras pouco diferenciadas, mal elaboradas e mal proporcionadas.
      A criança com disgrafia apresenta manifestações secundárias motoras que acompanham a dificuldade no desenho das letras, e que por sua vez a determinam. Entre estes sinais, encontram-se uma postura incorreta, forma incorreta de segurar o lápis ou a caneta, demasiada pressão ou pressão insuficiente no papel, no ritmo da escrita muito lento ou excessivamente rápido.


      A criança com disgrafia tem dificuldade no plano motor, no plano perceptivo e no plano simbólico. A dificuldade de integração visual motora dificulta a transmissão de informações visuais ao sistema motor.
      "A criança vê o que quer escrever, mas não consegue idealizar o plano motor." Sua escrita é nitidamente diferente da escrita da criança normal, o que acarreta homogeneidade no interior do grupo dos disgráficos.


O que fazer?

  •       Deixar a criança expressar-se livremente no papel, sem corrigir nem julgar os resultados.
  •       Encorajar a expressão através de diferentes materiais. Todas as tarefas que impliquem o uso das mãos e dos dedos são positivas.  
  •      Incitar a criança a recortar desenhos e figuras, a fazer colagens e picotar.
  •    Promover situações em que a criança utilize a escrita ( ex: escrever pequenos recados, fazer convites e postais ).
  •     Fazer atividades como contornar figuras, pintar dentro de limites, ligar pontos, seguir um tracejado, etc.
      Orientação espacial, noção de tamanho, distância, à medida que é utilizado o limite das linhas, discriminação visual. É preciso respeitar o ritmo de cada pessoa na aprendizagem se iniciando com linhas retas, depois para as curvas e assim uma progressão gradual do indivíduo na medida em que o trabalho vai se encaminhando. Exercícios de orientação de tamanho, de densidade, de profundidade, espacial, noção de início, meio e fim, limites.


Problemas Pessoais:

  • Imaturidade física motora.
  • Inadaptação para a aprendizagem das destrezas motoras.
  • Pouca habilidade para pegar no lápis ou na caneta.
  • Posturas incorretas.
  • Déficit em aspectos do esquema corporal, da lateralidade e das funções perceptivos-motoras.
  • Perturbação de eficiência psicomotora ( do equilíbrio e motricidade débil ).


Problemas Pedagógicos:

  • Orientação deficiente e inflexível.
  • Orientação inadequada da mudança de letra scripti para a cursiva.
  • Ênfase excessiva na qualidade e rapidez da escrita.
  • Prática da escrita como atividade isolada das exigências gráficas e das restantes atividades discentes.
Bibliografia:

MARTINS, V(2003) Estudo acompanhado: manual de sobrevivência para estudantes perdidos e para professores ansiosos. Porto: Asa Editores
FERNANDES, P(2002) Manual de Estudo. Porto: Porto Editora
SANTOS, M(2005) Aprender a Estudar. Lisboa: Lisboa Editora
ALMEIDA, A(2010) Manual para tratamento de Disgrafia. Biblioteca Editora.


    

domingo, 10 de março de 2013

Autismo! Entendê-lo? Ainda é desconhecido!

      Alguns autores entendem o autismo clássico aquele que apresenta a "tríade" de comprometimentos: o isolamento social, dificuldades na comunicação e insistência na repetição. O Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 2000, Editora Artmed, define o autismo como dificuldades sociais, comprometimento da comunicação e comportamentos restritos. Todos os déficits precisam estar presentes, mas o déficit social sendo o mais acentuado.



      "Transtorno de desenvolvimento caracterizado por dificuldades e anormalias em várias habilidades de comunicação, relacionamento social, funcionamento cognitivo, processamento sensorial e comportamental." (Gary B. Mesibov)
      O autismo é derivado de um desenvolvimento neurológico atípico. Kanner, 1943, descreveu pela primeira vez o autismo. Desde então a síndrome vem sendo estudada. Leo Kanner, psiquiatra amaricano, fez esta pesquisa baseado em algumas crianças que se encontravam em sua unidade psiquiátrica com uma linguagem peculiar, insistência em rotinas e possuíam também, um comportamento repetitivo.
      A gênese do autismo tem uma base biológica e um forte componente genético.
      Atualmente, o autismo é frequentemente citado como Transtorno do Espectro do Autismo(TEA).
      Além do autismo clássico, o transtorno de espectro de autismo compreende:

  • O Transtorno Global do Desenvolvimento sem outra especificação(visto como uma forma mais amena do autismo).
  • Síndrome de Asperger(Não apresenta o mesmo déficit de comunicação, diferente do autismo, e apresenta quociente de inteligência normal).
  • Sindrome de Rett(afeta apenas meninas, a capacidade de interação social se deteriora, as habilidades cognitivas, motoras e de fala ficam comprometidas).
  • Transtorno Desenintegrativo da Infância(após dois anos de vida, as habilidades cognitivas, motoras e de vão se deterorando. Afetam mais meninos).
  • Transtorno Semântico-Pragmático(envolve a linguagem, pode haver ecolalia).
  • Transtorno de Personalidade Esquizóide(distanciamento das relações sociais).
      Com relação a inteligência, as crianças com transtornos do espectro autista, surgem com aparecimento de dificuldades profundas na aprendizagem e até alunos com capacidade acima da média.
      Para diagnosticar o autismo, a única maneira é através da observação clínica e de uma equipe interdisciplinar.
      Para auxiliar um aluno com autismo, deve-se oferecer sempre atividades que favoreçam a sua participação(use duplas ou grupos de quatro), realizar planejamento individual de ensino, observá-lo em atividades livres e dirigidas, não infantilizá-lo e sim respeitar a sua idade cronológica, disponibilizar material pedagógico ao seu alcance na sala de aula em locais diferenciados, fazer uso de regras fáceis na hora da recreação.
Bibliografia : FARRELL, Michael Dificuldades de Comunicação e Autismo, Porto Alegre 2008. Editora Artmed.