Através do aporte teórico da
Teoria das Inteligências Múltiplas do Dr Howard Gardner, apresenta-se uma
visão mais ampla sobre inteligência, novas possibilidades para a aprendizagem
do deficiente intelectual e para que o profissional que trabalha com esse
sujeito especial, amplie a sua credibilidade em ensinar e investir numa
metodologia observando os talentos que esse aluno apresenta. Através desses
talentos observados, trabalhar vinculando com outros recursos, para que o
aluno consiga aprender dentro de suas limitações.
Na virada do século XVIII para
o XIX, ocorreu o aparecimento de uma criança com hábitos de selvagem nas
florestas do sul da França, Victor aparentando
O garoto de Aveyron despertou o
interesse do médico Jean Itard (1774 - 1838 ) que defendeu com convicção a
ideia de educá-lo e de (re)integrá-lo à sociedade. Para o médico o estado em
que se encontrava o garoto se devia à privação do contato social.
Em sua didática, Itard remete
ao que hoje falamos em fazer o aluno ter suas necessidades básicas
construídas e conquistadas, sua autonomia em poder conviver socialmente, para
após, trabalharmos as questões subjetivas e intelectuais.
O Dr Howard Gardner, por muitos
anos tem conduzido uma pesquisa sobre o desenvolvimento das capacidades
cognitivas humanas. Ele rompeu com a ideia de inteligência onde a cognição
humana é unitária e quantificável.
Em seus estudos das capacidades
humanas, Gardner estabeleceu critérios segundo os quais é possível medir se
um talento é realmente uma inteligência.
Cada inteligência deve ser uma
característica de desenvolvimento, ser passível de observação em POPULAÇÕES
ESPECIAIS, como prodígios ou proporcionar alguma evidência de localização no
cérebro e dar suporte a um sistema simbólico ou de notação. (Campbell e
Dickinson/p.21/2000)
Cada indivíduo revela
características cognitivas distintas. Possuímos quantidades variadas das
inteligências e as combinamos e usamos de maneiras extremamente pessoais.
Restringir os programas educacionais ao predomínio das inteligências
linguísticas e matemática minimiza a importância de outras formas de
conhecimento. Assim muitos alunos que não conseguem demonstrar as
inteligências acadêmicas tradicionais ficam confinados à baixa estima e seus
pontos fortes podem permanecer não percebidos e perdidos, tanto para a escola
como para a sociedade em geral.
Pensar sobre a inteligência
remete pensar qual o seu significado.
Quem é inteligente?
Inteligência é uma capacidade ou uma habilidade? São várias capacidades e
habilidades associadas? A inteligência pode ser construída ou modificada? De
que forma(s)?
As noções de inteligências
variam entre as culturas. Não existe um conceito universalmente aceitável
sobre inteligência. Os métodos para estudar inteligência variam dentro das
disciplinas e entre elas, e ajudam a moldar definições de inteligência.
A inteligência pode ser
estudada em muitos níveis, variando do sistema neuronal do indivíduo e ao
socioeconômico. Os valores e as crenças moldam as diferentes visões de
inteligências das pessoas.
As pesquisas do Dr Howard
Gardner não só revelou uma família mais ampla de inteligências humanas do que
previamente se conhecia, mas também gerou uma definição pragmática renovadora
do conceito de inteligência. Em vez de ser um "talento" humano em
termos de uma pontuação em um teste padronizado, Gardner define inteligência
como: A capacidade de resolver problemas encontrados na vida real. A
capacidade de gerar novos problemas a serem resolvidos. A capacidade de fazer
algo ou oferecer um serviço que é valorizado em sua própria cultura.
A definição de Gardner da
inteligência humana ressalta a natureza multicultural da sua teoria.
Nem todas as pessoas exibem o
mesmo perfil de inteligência, nem compartilham os mesmos interesses. Em uma
época de explosão da informação, nenhum de nós pode aprender tudo, as
escolhas devem ser feitas fundamentalmente sobre o que e como vamos aprender.
Ao fazer tais escolhas, as tendências e os interesses individuais dos alunos
devem orientar algumas de suas opções curriculares.
"Aos 6 anos, quando meus
dedos descobriram como moldar um alfabeto, decidi me tornar uma pessoa das
letras. Aos 10 anos, havia rabiscado letras em lousas, no papel, em caixas e
paredes e criei a ambição de me tornar um pintor de letreiros." ( Carl
Sandburg)
" Além dos
tradicionais objetivos acadêmicos, as escolas foram planejadas para produzir
um tipo de cidadão que é desejado para a sociedade. Quando uma sociedade
decide abrir a educação para aqueles que não fazem parte de uma população pré
selecionada, surge a pergunta: quem estaria habilitado para tal educação?
Reconhecendo ou
estipulando que os indivíduos têm formas diferentes, aprendem de maneiras
diferentes e podem inclusive demonstrar seu entendimento por meios variados,
configura-se aquelas formas de educação que provavelmente vão dar certo com
tipos variados de aprendizes. É esta perspectiva que impulsiona a escolarização
baseada na teoria das inteligências múltiplas. (Inteligências Múltiplas
Perspectivas, Howard Gardner, p.259,261,272 - 1998)
Para o Deficiente Intelectual,
que possui suas capacidades cognitivas limitadas, a teoria de Gardner
contribui muito quando afirma que na medida que os indivíduos têm
oportunidades de aprender através de seus potenciais, mudanças cognitivas
inesperadas e positivas, emocionais, sociais e até físicas ocorrerão. (Ensino
e Aprendizagem por meio da Inteligências Múltiplas, Campbell & Dickinson,
p. 22, 23 - 2000)
A Teoria das Inteligências
Múltiplas contribui na mudança de ótica com relação a aquisição de
conhecimentos para o sujeito especial e de como poder ampliar as competências
detectadas nesse sujeito.
Acreditar na inclusão do sujeito
especial em diferentes grupos sociais e na sua capacidade de aprender, na
mudança de paradigma com relação à inteligência e de como as relações entre
as pessoas pode acrescentar nas estruturas do pensamento do indivíduo faz com
que novas perspectivas se apresentem para os educadores que, muitas vezes,
encontram-se impotentes diante das dificuldades apresentadas em seu trabalho.
Além disso a Teoria de Gardner, contribui em melhorar a qualidade de
ensino e de sociedade.
Fontes Bibliográficas:
CAMPBELL, Linda
CAMPBELL, Bruce
DICKINSON, Dee, Inteligências
Múltiplas, Ensino e Aprendizagem. Ed. ARTMED; 2000.
GARDNER, Howard. Inteligências Múltiplas. A
teoria e prática, Porto Alegre. Ed. ARTMED Ed. S.A. ; 1993.
GARDNER, Howard. Inteligências
Múltiplas Perspectivas, Porto Alegre. Ed ARTMED: 1998.
ANTUNES, Celso. Jogos para
estimulação das Inteligências Múltiplas. Petrópolis, Rio de Janeiro. Ed.
Vozes: 2002.
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domingo, 17 de fevereiro de 2013
Rompendo paradigmas: Teoria das Inteligências Múltiplas contribuição para o Deficiente Intelectual!
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013
Dificuldades na Aprendizagem: Discalculia!
A Discalculia é uma dificuldade para compreender e aprender Matemática.
Entre as dificuldades pertinentes a Discalculia, estão as dificuldades em realizar cálculos simples; dificuldades em resolver problemas matemáticos; substituir um número por outro; inverter números (por exemplo, 6 por 9); reverter números (por exemplo, 2 por 5); nomear, ler e escrever incorretamente símbolos matemáticos.
A Discalculia espacial pode estar relaciona as dificuldades dispráxicas, enquanto a Discalculia léxica e, talvez, a gráfica podem estar relacionadas as dificuldades disléxicas.
Diferentes sistemas neurais contribuem para a aprendizagem matemática, um deles é o sistema verbal, onde as informações são passadas por repetição. Outro, a Discalculia dificilmente é vista como uma dificuldade isolada. Ela vem acompanhada por dificuldades viso motoras (coordenação motora ampla e fina) e dificuldades na linguagem (leitura e escrita). Desta forma, a identificação e avaliação da Discalculia também são informadas por outras dificuldades que talvez o aluno apresente.
Às vezes, as dificuldades na atenção e concentração surgem pelo estresse ou ansiedade que o aluno sente em relação a Matemática. Essas dificuldades constantes levam o aluno a baixa auto estima, comprometendo o seu emocional e, por vezes, levando-o a faltas repetitivas nas aulas de Matemática.
Tranquilizar o aluno e tentar tornar prazerosa a aprendizagem da Matemática, talvez por intermédio do uso de jogos, auxilie em reduzir a ansiedade e permite que ele relaxe e, portanto, se concentre e preste a atenção.
Entre as dificuldades pertinentes a Discalculia, estão as dificuldades em realizar cálculos simples; dificuldades em resolver problemas matemáticos; substituir um número por outro; inverter números (por exemplo, 6 por 9); reverter números (por exemplo, 2 por 5); nomear, ler e escrever incorretamente símbolos matemáticos.
A Discalculia espacial pode estar relaciona as dificuldades dispráxicas, enquanto a Discalculia léxica e, talvez, a gráfica podem estar relacionadas as dificuldades disléxicas.
Diferentes sistemas neurais contribuem para a aprendizagem matemática, um deles é o sistema verbal, onde as informações são passadas por repetição. Outro, a Discalculia dificilmente é vista como uma dificuldade isolada. Ela vem acompanhada por dificuldades viso motoras (coordenação motora ampla e fina) e dificuldades na linguagem (leitura e escrita). Desta forma, a identificação e avaliação da Discalculia também são informadas por outras dificuldades que talvez o aluno apresente.
Às vezes, as dificuldades na atenção e concentração surgem pelo estresse ou ansiedade que o aluno sente em relação a Matemática. Essas dificuldades constantes levam o aluno a baixa auto estima, comprometendo o seu emocional e, por vezes, levando-o a faltas repetitivas nas aulas de Matemática.
Tranquilizar o aluno e tentar tornar prazerosa a aprendizagem da Matemática, talvez por intermédio do uso de jogos, auxilie em reduzir a ansiedade e permite que ele relaxe e, portanto, se concentre e preste a atenção.
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