domingo, 17 de fevereiro de 2013

Rompendo paradigmas: Teoria das Inteligências Múltiplas contribuição para o Deficiente Intelectual!



Através do aporte teórico da Teoria das Inteligências Múltiplas do Dr Howard Gardner, apresenta-se uma visão mais ampla sobre inteligência, novas possibilidades para a aprendizagem do deficiente intelectual e para que o profissional que trabalha com esse sujeito especial, amplie a sua credibilidade em ensinar e investir numa metodologia observando os talentos que esse aluno apresenta. Através desses talentos observados, trabalhar vinculando com outros recursos, para que o aluno consiga aprender dentro de suas limitações.


Na virada do século XVIII para o XIX, ocorreu o aparecimento de uma criança com hábitos de selvagem nas florestas do sul da França, Victor aparentando 12 a 15 anos, mudo e parecia surdo.
O garoto de Aveyron despertou o interesse do médico Jean Itard (1774 - 1838 ) que defendeu com convicção a ideia de educá-lo e de (re)integrá-lo à sociedade. Para o médico o estado em que se encontrava o garoto se devia à privação do contato social.
Em sua didática, Itard remete ao que hoje falamos em fazer o aluno ter suas necessidades básicas construídas e conquistadas, sua autonomia em poder conviver socialmente, para após, trabalharmos as questões subjetivas e intelectuais.
O Dr Howard Gardner, por muitos anos tem conduzido uma pesquisa sobre o desenvolvimento das capacidades cognitivas humanas. Ele rompeu com a ideia de inteligência onde a cognição humana é unitária e quantificável.
Em seus estudos das capacidades humanas, Gardner estabeleceu critérios segundo os quais é possível medir se um talento é realmente uma inteligência.
Cada inteligência deve ser uma característica de desenvolvimento, ser passível de observação em POPULAÇÕES ESPECIAIS, como prodígios ou proporcionar alguma evidência de localização no cérebro e dar suporte a um sistema simbólico ou de notação. (Campbell e Dickinson/p.21/2000)


Cada indivíduo revela características cognitivas distintas. Possuímos quantidades variadas das inteligências e as combinamos e usamos de maneiras extremamente pessoais. Restringir os programas educacionais ao predomínio das inteligências linguísticas e matemática minimiza a importância de outras formas de conhecimento. Assim muitos alunos que não conseguem demonstrar as inteligências acadêmicas tradicionais ficam confinados à baixa estima e seus pontos fortes podem permanecer não percebidos e perdidos, tanto para a escola como para a sociedade em geral.
Pensar sobre a inteligência remete pensar qual o seu significado.
Quem é inteligente? Inteligência é uma capacidade ou uma habilidade? São várias capacidades e habilidades associadas? A inteligência pode ser construída ou modificada? De que forma(s)?
As noções de inteligências variam entre as culturas. Não existe um conceito universalmente aceitável sobre inteligência. Os métodos para estudar inteligência variam dentro das disciplinas e entre elas, e ajudam a moldar definições de inteligência.
A inteligência pode ser estudada em muitos níveis, variando do sistema neuronal do indivíduo e ao socioeconômico. Os valores e as crenças moldam as diferentes visões de inteligências das pessoas.
As pesquisas do Dr Howard Gardner não só revelou uma família mais ampla de inteligências humanas do que previamente se conhecia, mas também gerou uma definição pragmática renovadora do conceito de inteligência. Em vez de ser um "talento" humano em termos de uma pontuação em um teste padronizado, Gardner define inteligência como: A capacidade de resolver problemas encontrados na vida real. A capacidade de gerar novos problemas a serem resolvidos. A capacidade de fazer algo ou oferecer um serviço que é valorizado em sua própria cultura.
A definição de Gardner da inteligência humana ressalta a natureza multicultural da sua teoria.
Nem todas as pessoas exibem o mesmo perfil de inteligência, nem compartilham os mesmos interesses. Em uma época de explosão da informação, nenhum de nós pode aprender tudo, as escolhas devem ser feitas fundamentalmente sobre o que e como vamos aprender. Ao fazer tais escolhas, as tendências e os interesses individuais dos alunos devem orientar algumas de suas opções curriculares.
"Aos 6 anos, quando meus dedos descobriram como moldar um alfabeto, decidi me tornar uma pessoa das letras. Aos 10 anos, havia rabiscado letras em lousas, no papel, em caixas e paredes e criei a ambição de me tornar um pintor de letreiros." ( Carl Sandburg)
" Além dos tradicionais objetivos acadêmicos, as escolas foram planejadas para produzir um tipo de cidadão que é desejado para a sociedade. Quando uma sociedade decide abrir a educação para aqueles que não fazem parte de uma população pré selecionada, surge a pergunta: quem estaria habilitado para tal educação?
Reconhecendo ou estipulando que os indivíduos têm formas diferentes, aprendem de maneiras diferentes e podem inclusive demonstrar seu entendimento por meios variados, configura-se aquelas formas de educação que provavelmente vão dar certo com tipos variados de aprendizes. É esta perspectiva que impulsiona a escolarização baseada na teoria das inteligências múltiplas. (Inteligências Múltiplas Perspectivas, Howard Gardner, p.259,261,272 - 1998)
Para o Deficiente Intelectual, que possui suas capacidades cognitivas limitadas, a teoria de Gardner contribui muito quando afirma que na medida que os indivíduos têm oportunidades de aprender através de seus potenciais, mudanças cognitivas inesperadas e positivas, emocionais, sociais e até físicas ocorrerão. (Ensino e Aprendizagem por meio da Inteligências Múltiplas, Campbell & Dickinson, p. 22, 23 - 2000)


A Teoria das Inteligências Múltiplas contribui  na mudança de ótica com relação a aquisição de conhecimentos para o sujeito especial e de como poder ampliar as competências detectadas nesse sujeito.
Acreditar na inclusão do sujeito especial em diferentes grupos sociais e na sua capacidade de aprender, na mudança de paradigma com relação à inteligência e de como as relações entre as pessoas pode acrescentar nas estruturas do pensamento do indivíduo faz com que novas perspectivas se apresentem para os educadores que, muitas vezes, encontram-se impotentes diante das dificuldades apresentadas em seu trabalho. Além disso a Teoria de Gardner,  contribui em melhorar a qualidade de ensino e de sociedade.
Fontes Bibliográficas:
CAMPBELL, Linda
CAMPBELL, Bruce
DICKINSON, Dee, Inteligências Múltiplas, Ensino e Aprendizagem. Ed. ARTMED; 2000.

GARDNER, Howard. Inteligências Múltiplas. A teoria e prática, Porto Alegre. Ed. ARTMED Ed. S.A. ; 1993.

GARDNER, Howard. Inteligências Múltiplas Perspectivas, Porto Alegre. Ed ARTMED: 1998.

ANTUNES, Celso. Jogos para estimulação das Inteligências Múltiplas. Petrópolis, Rio de Janeiro. Ed. Vozes: 2002.  



sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Dificuldades na Aprendizagem: Discalculia!

      A Discalculia é uma dificuldade para compreender e aprender Matemática.
      Entre as dificuldades pertinentes a Discalculia, estão as dificuldades em realizar cálculos simples; dificuldades em resolver problemas matemáticos; substituir um número por outro; inverter números (por exemplo, 6 por 9); reverter números (por exemplo, 2 por 5); nomear, ler e escrever incorretamente símbolos matemáticos.




      A Discalculia espacial pode estar relaciona as dificuldades dispráxicas, enquanto a Discalculia léxica e, talvez, a gráfica podem estar  relacionadas as dificuldades disléxicas.
      Diferentes sistemas neurais contribuem para a aprendizagem matemática,  um deles é o sistema verbal, onde as informações são passadas por repetição. Outro, a Discalculia dificilmente é vista como uma dificuldade isolada. Ela vem acompanhada por dificuldades viso motoras (coordenação motora ampla e fina) e dificuldades na linguagem (leitura e escrita). Desta forma, a identificação e avaliação da Discalculia também são informadas por outras dificuldades que talvez o aluno apresente.
      Às vezes, as dificuldades na atenção e concentração surgem pelo estresse ou ansiedade que o aluno sente em relação a Matemática. Essas dificuldades constantes levam o aluno a baixa auto estima, comprometendo o seu emocional e, por vezes, levando-o a faltas repetitivas nas aulas de Matemática.
      Tranquilizar o aluno e tentar tornar  prazerosa a aprendizagem da Matemática, talvez por intermédio do uso de jogos, auxilie em reduzir a ansiedade e permite que ele relaxe e, portanto, se concentre e preste a atenção.